Brasil tem safra recorde de frutas, cereais, leguminosas e oleaginosas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de setembro de 2018 às 12:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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São Paulo é o principal produtor de frutas, com destaque para a laranja; e o Rio Grande do Sul vem em terceiro

Em 2017, o país teve safra recorde de
cereais, leguminosas e oleaginosas, chegando a 238,4 milhões de toneladas. Os
dados estão na Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) – 2017, divulgada nesta
quinta-feira, 13 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

O aumento foi de 28,2% na comparação
com 2016, com crescimento da área colhida em 5,9%. Segundo o IBGE, a
produtividade foi impulsionada pelas condições climáticas favoráveis, depois de
um ano influenciado pelo fenômeno El Niño.

Soja

A soja responde por 48,1% da produção
do grupo, seguida do milho, com 41%.

Um dos destaques, segundo o gerente
de agricultura do IBGE, Alfredo Guedes, é o avanço da soja sobre a Região Norte
– com produção de 5 milhões de toneladas e atrás apenas do açaí. “A soja
não entra direto sobre as áreas de floresta. Geralmente, essas áreas já
deixaram de ser floresta há alguns anos, eram pastagens, e os produtores tiram
a pastagem e colocam a soja”.

Milho

A área plantada do milho
cresceu 10,4%, o que elevou a produção em 52,3%, alcançado safra
recorde de 97,7 milhões de toneladas. Porém, o crescimento não se refletiu no
valor da produção, que somou R$ 32,9 bilhões, ante os R$ 37,7 bilhões de
2016. A explicação é a quebra de safra naquele ano, que elevou o valor da
saca para R$ 29,15 em média. Com a volta das chuvas e da normalidade em 2017, o
produtor recebeu R$ 13,89 por saca.

Arroz
e feijão

A produção de arroz teve aumento de
17,4% e a de feijão 15,9%, o que resultou em queda no valor ao consumidor
final, após o aumento de preço em 2016. O país produziu, em 2017, 12,5 milhões
de toneladas de arroz e 3 milhões de toneladas de feijão. A redução no valor da
produção de feijão foi de 56,9%, com R$ 6,9 bilhões no total. No arroz, o valor
ficou em R$ 9,8 bilhões, aumento de 12,6% em relação ao ano anterior.

Somados, os 14 produtos do grupo
cereais, leguminosas e oleaginosas respondem por 77,4% da área colhida no país
e 54,6% do valor de produção.

Fruticultura

Os 23 produtos frutíferos pesquisados
pelo IBGE somaram R$ 38,9 bilhões em 2017, um aumento de 4,6% em relação a 2016
e um novo recorde. O destaque é a laranja, com R$ 8,6 bilhões, 2% a mais do que
no ano anterior. A área colhida de laranja foi de 631,7 mil hectares, sendo que
77,8% estão nos estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais.

Guedes explica que o açaí foi
incluído na pesquisa a partir da safra de 2016 e apresenta dados
surpreendentes, alcançando o posto de terceiro lugar na produção de frutas. Na
pesquisa, é levado em conta o açaí plantado, excluída a produção extrativista. “A gente já vinha monitorando, mas só
incorporou ele em 2016, retroagindo os dados a 2015. A gente já vinha
acompanhando o consumo do açaí pela população, que vinha aumentando bastante, e
2017 veio a confirmar que continua o crescimento do consumo e produção do açaí,
que se encontra principalmente na Região Norte”.

A produção de açaí em 2017 foi de 1,3
milhão de toneladas, com valor total da produção de R$ 5,5 bilhões. Isso
elevou o Pará ao posto de segundo estado produtor de frutas, com crescimento de
25,1% no valor de produção no ano, chegando a R$ 6,8 bilhões. O Pará também se
destacou com o aumento de 49,9% na colheita de laranja, de 107,9% no limão e de
2.462,4% de tangerina.

São Paulo é o principal produtor de
frutas, com destaque para a laranja; e o Rio Grande do Sul vem em
terceiro, tendo como principal produto a uva.

Em 2017, o país produziu 17,5 milhões de toneladas de laranja, 6,7 milhões de toneladas de banana, 1,9 milhão de toneladas de uva e 1,5 milhão de toneladas de abacaxi.


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