Bolsonaro está consciente e ficará internado por ao menos uma semana

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de setembro de 2018 às 05:53
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:59
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Bolsonaro passOU por cirurgia de quatro horas na Santa Casa de Juiz de Fora

Internação de Bolsonaro deve durar pelo menos uma semana, diz médico

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) não deverá receber alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”, disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora. Ele foi um dos cirurgiões que operou o candidato, atingido por uma facada durante ato de campanha nesta tarde na cidade mineira.

“Antes de uma semana ou dez dias, ele não vai receber alta”, afirmou o médico. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá de como evoluir a recuperação de Bolsonaro.

Candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) é atendido em hospital de Juiz de Fora após ser esfaqueado (Foto: Arquivo pessoal/G1)

O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. “As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente”, disse Borsato.

Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do ferimento e foi submetido a uma cirurgia de urgência chamada laparotomia exploradora. No procedimento, o abdômen é aberto para que a cirurgia possa corrigir as lesões.

Bolsonaro passa por cirurgia de quatro horas na Santa Casa de Juiz de Fora

O procedimento detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.

“O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado”, disse Borsato. A lesão no fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.

Equipe médica explica detalhes sobre estado de saúde de Jair Bolsonaro


Cinco cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.

Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.Candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro é esfaqueado em Juiz de Fora

Bolsonaro está consciente e irá passar a noite na UTI. Os profissionais também afirmaram que não há como precisar o tempo que o candidato passará na unidade, onde já recebeu a visita de dois filhos.

“Ele está consciente, já acordou, reconheceu os filhos”, disse Borsato. 

Transferência para SP

Uma equipe do Hospital Sírio-libanês, de São Paulo, deve chegar por volta da meia-noite a Juiz de Fora para avaliar uma possível transferência de Bolsonaro.

Segundo a equipe da Santa Casa, a transferência é uma opção da família, mas neste momento o presidenciável não tem condições de ser levado para outro local.

Um novo boletim médico sobre o estado de saúde de Bolsonaro deve ser divulgado às 10h30 desta sexta-feira (7). 

Agressor preso

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Ele está preso na delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime.

O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa

Agressor era ativo nas redes sociais criticando Bolsonaro e outros políticos

O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.

A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.


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