Barretos fecha 1,1 mil postos de trabalho e tem pior resultado em 15 anos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 22:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:33
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Serviços, indústria e construção civil foram os setores que mais demitiram em 2017, segundo o MTE

Com saldo de 1.183 postos de
trabalho fechados, Barretos encerrou 2017 com o pior resultado na geração de
empregos nos últimos 15 anos, desde que o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) passou a ser feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE).

Na
região de Ribeirão Preto, o município foi o que apresentou o menor desempenho,
atrás apenas de Araraquara, que fechou 939 vagas formais de trabalho, e de
Sertãozinho, com saldo negativo de 714 empregos.

O
setor de serviços e a indústria foram os que mais sentiram os efeitos da crise.
Enquanto o primeiro fechou 814 vagas – queda de 554% em relação a 2017 –, o
segundo perdeu 404 postos de trabalho – redução de 580% no comparativo com o
ano anterior. “O que aconteceu em Barretos foi o que aconteceu com a média
nacional, seguiu a tendência da maioria das cidades brasileiras. É um reflexo
da crise mundial e que, especificamente no Brasil, se agravou de 2015 em
diante”, explica o professor de finanças Rodrigo Malavoglia.

Malavoglia explica que o
comércio está intimamente ligado ao setor de serviços. Por isso, quando um vai
mal, o outro tende a acompanhar. E foi justamente isso que ocorreu em Barretos,
apesar do cenário de recuperação do comércio, com apenas uma vaga fechada, contra
92 no ano anterior.

Indústria e Construção Civil

Em
relação à indústria, os números podem ser explicados pelas demissões nos
frigoríficos, principal atividade industrial no município. Mestre e doutor em
finanças, o professsor Rafael Gatsios afirma que, em época de recessão, esse
setor é o que demora mais a se recuperar.

“Como a cidade depende
muito dos frigoríficos, o fechamento de vagas impactou bastante no resultado.
Então, o setor de serviço ainda não reagiu, o comércio ainda não começou a reagir
e o mau desempenho do setor frigorífico impactou bastante em Barretos”,
explica.

Em terceiro lugar no ranking de demissões, a
construção civil fechou 16 postos de trabalho em 2017. Apesar de negativo, o
número aponta para a recuperação do setor: no ano anterior, 207 vagas foram
encerradas nos canteiros de obras em Barretos. “Esse comportamento também acompanha o
cenário nacional, em que a gente tem uma pequena recuperação do investimento. É
um desempenho ainda tímido, mas aponta uma possibilidade de que 2018 tenha um
resultado um pouco mais positivo”, diz.

Gatsios afirma que essa
expectativa deve se confirmar não apenas na construção civil, mas na maioria
dos setores da economia e diz que a retomada do setor sucroenergético deve
colaborar com o balanço no fim do ano. “Pode
ser que a gente tenha uma recuperação puxada um pouco pela parte
agroindustrial, porque temos o setor sucroalcoreiro que deve dar conta da
sazonalidade. Mas os indicadores de investimento, confiança e crédito apontam
para uma recuperação, mesmo que lenta”, conclui.


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