Bandeira vermelha: saiba como economizar energia e ter conta mais barata

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de outubro de 2017 às 12:31
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:25
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Com a chegada do calor e valor da bandeira vermelha, ordem é evitar desperdícios

O calor chegou, e para ficar. O dia 21 deste mês foi o mais quente do ano em Belo Horizonte, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Por volta das 14h, a temperatura registrada foi de 36,1°C.

Não bastasse a alta medida nos termômetros, a umidade ficou em apenas 18%. Com a elevação da temperatura, ocorre também o aumento do uso de eletrodomésticos, como ar-condicionado, ventilador e chuveiro. 

O desperdício de energia elétrica ainda é um dos principais fatores que encarecem a conta de luz dos consumidores de todas as regiões do país. Dessa forma, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ressalta que uma série de medidas pode diminuir o consumo e o valor da conta. 

No início da semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um aumento no valor cobrado pela tarifa vermelha, que deve continuar pelos próximos meses.

Para evitar gastos excessivos que possam pesar no bolso, é importante saber que o consumo de energia elétrica depende de duas principais variáveis: a potência dos equipamentos e o tempo de uso de cada um deles.

“Ou seja, o tempo de funcionamento do equipamento vai ser determinante para a redução ou acréscimo do consumo. O ar-condicionado é um dos maiores vilões desta temporada de calor. Quando você coloca a temperatura do equipamento muito baixa, você força o aparelho a trabalhar mais. Muitas vezes, o consumidor o deixa ligado mesmo quando não está na casa”, disse Fernando Queiroz, engenheiro de Soluções de Energias da Cemig.

Segundo o especialista, o ar-condicionado pode ser responsável por uma elevação de até 30% na conta de energia. Portanto, ele deve ser instalado de acordo com o tamanho do ambiente e a real necessidade da residência.

Dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) apontam que, nos últimos três anos, foram desperdiçados mais de 140 mil gigawatts-hora (gwh) – energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes por mais de um mês. 

Esse desperdício representa um gasto adicional de mais de R$ 60 bilhões, que poderiam ser destinados para outras áreas de interesse da sociedade. O levantamento também destaca que Minas Gerais desperdiçou, somente no ano passado, mais de 5 mil gwh de energia, o que significa volume de recursos de cerca de R$ 2,4 bilhões desperdiçados.

Agora, além da continuação das chuvas abaixo da média histórica, que faz com que o mês de novembro acione a bandeira vermelha, a tarifa deve ser ainda mais cara. A Aneel aprovou um aumento de 42,8% para o valor do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha. Com o reajuste, a taxa cobrada nas contas de luz quando essa bandeira é acionada passará de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. 

Medidas para ajudar

Portanto, é importante pensar em medidas para reverter o quadro e desafogar o bolso. O chuveiro elétrico também pode contribuir para o desperdício e o aumento da conta de energia do consumidor nos dias mais quentes.

“No calor, a tendência é tomar banho morno, lavar o cabelo mais vezes e demorar mais. Mas as pessoas precisam tomar muito cuidado: um chuveiro ligado corresponde a 54 aparelhos de televisão. Ou seja, 10 minutos de banho correspondem a nove horas com a televisão ligada”, pontuou Fernando.

A eletricidade consumida por aparelhos eletrônicos no modo stand by também pode representar um acréscimo de até 15% na conta de energia elétrica.

“Se você deixa um equipamento ligado desnecessariamente está desperdiçando energia. Em stand by, os aparelhos consomem menos do que em uso normal, mas seria como uma torneira pingando 24 horas, todos os dias, e essa água não é utilizada. Para economizar, é necessário que o consumidor retire o equipamento da tomada”, afirma o engenheiro.

Agora, caso vá adquirir um novo equipamento, é importante optar por aparelhos que tenham o selo Procel ou a etiqueta do Inmetro com a letra ‘A’, pois são equipamentos mais eficientes. 

“O selo, criado pelo programa do governo federal, tem como objetivo ser uma ferramenta simples, que permite ao consumidor conhecer, entre os dispositivos e eletrodomésticos à disposição no mercado, os mais eficientes e que consomem menos energia”, disse Fernando.

Depois da compra, cuidado com a instalação: a má aparelhagem dos fios pode resultar em superaquecimento da fiação. 

“Isso faz com que a energia seja utilizada para aquecer os próprios fios, em vez de ser transformada em eletricidade útil para ligar um eletrodoméstico. Ou seja, embora não tenha sido efetivamente utilizado pelo consumidor, o gasto é incluído na hora de calcular o valor da conta”, afirma Fernando. 


+ Economia