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Os panos, o barro, a madeira, entre muitas outras matérias-primas ganham vida na mão de artesãos de todas as partes do Brasil, fazendo nascerem peças belas e únicas. Contudo, elas não são apenas bonitos artefatos, mas carregam um significado muito maior. Traduzem experiências, histórias, crenças e costumes do cotidiano dos artistas, de sua cidade ou do que aprendeu ao longo de sua vida. E tudo isso tem saído das feiras populares para as lojas de decoração e, destas, para a composição de ambientes em projetos refinados. “Nos últimos anos, cada vez mais bonecos de barro produzidos no interior de Pernambuco, cestarias do Rio Grande do Norte e banquetas talhadas pelos índios da Amazônia, entre outros acessórios, vêm ganhando espaço nas salas de estar dos grandes centros urbanos, criando misturas de estilos muito interessantes”, observa o arquiteto Carlos Augusto Júnior.

Segundo ele, a vantagem desses objetos é proporcionar composições inusitadas. “Há algum tempo, artesanato não era sinônimo de status, mas isso mudou bastante. Os produtores vêm se aperfeiçoando, e ficou mais fácil garimpar peças de qualidade que agradam a clientela.”

Em seus projetos, o arquiteto faz uso de artefatos de diversos Estados, aplicando criatividade na elaboração de espaços originais. “Um exemplo foi a parede coberta de ex-votos – imagens ou órgãos de cera ou madeira que se oferece numa igreja em comemoração a milagre alcançado – usada no apartamento de um cliente”, conta Carlos Augusto.

Encontrados por preços variados, estes produtos feitos de cerâmica, madeira esculpida, tranças de tricô e muitas outras técnicas, têm personalidade e originalidade de sobra. Contrastam com móveis de linhas retas, peças em materiais modernos como o aço inox e acabamentos mais industriais como o cimento queimado de forma muito bonita. O resultado é rico, daqueles que dá gosto de ver. E esta mistura está cada vez mais forte no design de interiores, tendência presente em mostras de decoração relevantes no mundo todo. “O motivo talvez seja a saudade de ter em mãos algo feito com carinho, zelo e o cuidado de um artesão que não produz uma escultura igual à outra e imprime em seus trabalhos a beleza do imperfeito”, salienta o arquiteto.

As sugestões

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São muitas as possibilidades para fazer do artesanato brasileiro fonte de inspiração para o design de interiores. Por exemplo, o crochê, a renda, o patchwork – nome chique para os retalhos coloridos do tempo da vovó -, dão uma textura especial, um toque de rusticidade na medida para diferentes espaços. Dão forma a cortinas, mantas de sofá, capas de almofada e deixam qualquer cantinho mais aconchegante. A famosa casa que acolhe, recebe de braços abertos e vira um refúgio depois de um dia cansativo.

Os mimos artesanais também são ótimas lembranças de viagens e pesam pouco no bolso: duas vantagens superbacanas quando se pensa em decorar a casa. Com eles você deixa qualquer cantinho muito mais bonito e cheio de personalidade, com memórias valiosas, e ainda gasta pouco com isso. “Sempre repletos de criatividade e inovação, existem peças artesanais para combinar em qualquer estilo de decoração”, completa Carlos Augusto.

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