Alunos dos ensinos infantil e fundamental terão educação financeira a partir de 2020

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  • Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 12:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:17
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Com projeto piloto, disciplina vai ser ensinada junto com outras matérias, como português e geografia

As escolas do país vão ter que ensinar educação financeira para os alunos dos ensinos infantil e fundamental a partir deste ano. 

O objetivo é mudar o cenário atual, em que cerca de 40% da população brasileira está com o nome sujo, plantando desde cedo  a semente de como lidar com o dinheiro de forma controlada e sustentável. 

 Assim, por meio do projeto Aprender Valor, escolas seis Estados e do Distrito Federal ensinarão para crianças do ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) conceitos sobre planejamento, poupança e uso consciente do crédito.

Quais são os Estados que serão incluídas nessa primeira etapa do programa? São 1.100 escolas estaduais do Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo, totalizando mais de 25 mil alunos.

Então não serão todas as escolas que terão esse conteúdo agora? 

Não, são escolas selecionadas pelas secretarias de educação. “Como é um projeto piloto, ele precisa ser adotado primeiramente em um grupo de controle. A partir daí, será feito um acompanhamento e avaliação”, afirma Ronaldo Vieira, chefe-adjunto do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central.

E quando as demais escolas terão acesso? O objetivo é expandir o projeto para todas as escolas dos demais Estados do país a partir de 2021.

Dependendo da idade, o que se espera é que as crianças aprendam o que é banco, como poupar, planejar compras e, inclusive a lidar com a questão do crédito.

Será obrigatório então? Apesar do ensino de educação financeira fazer parte da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) a partir de 2020 no ensino fundamental, a adesão ao programa Aprender Valor é voluntária. Ninguém será obrigado a participar.

O que será ensinado? Paula Ono, gerente do programa Aprender Valor, diz que o objetivo é focar em três tipos de mensagens: aprender a planejar o uso dos recursos, poupar ativamente e usar o crédito com consciência.

Mas isso será uma disciplina nova dentro das escolas? Não, será introduzido como disciplina transversal, ou seja, fará parte da temática de matemática, língua portuguesa, história e geografia.

“Não é só uma questão de conteúdo, mas uma reflexão individual sobre mudança de comportamento, criação de novos hábitos. Por isso, o ideal é ter foco nas habilidades sócio-emocionais e no autocontrole”, diz Paula.

Além das crianças, quem mais ganha com esse ensino? Segundo Paula, a expectativa é que as crianças funcionem como disseminadoras de conhecimento junto às famílias. Todos os profissionais envolvidos no processo educacional (do professor ao diretor e coordenador) também serão impactados com o aprendizado financeiro.

“A gente ensina a crianças, mas os pais se beneficiam por tabela, pois elas funcionam como disseminadoras do tema dentro de casa. A gente também impacta o universo escolar: professores, técnicos, coordenadores e diretores. Por isso acreditamos que mais de 2 milhões de adultos podem se beneficiar”, diz Paula.

Como as escolas vão capacitar os professores? 

A capacitação será feita por meio de uma plataforma online. Os recursos para o projeto vieram do fundo de difusão dos direitos difusos, do Ministério da Justiça, que recebe dinheiro das multas aplicadas pelos Procons estaduais.

*6Minutos



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