Alunos do Senac Franca desenvolvem repelente contra Aedes aegypti

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de maio de 2019 às 20:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:32
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À base de citronela, manjericão e óleo de amêndoas, três produtos foram desenvolvidos pelos estudantes

Diversas cidades do Estado de São Paulo têm
enfrentado uma epidemia de dengue, e em Franca não está sendo diferente. São
mais de 6 mil casos suspeitos, com quase 500 confirmações, de acordo com
balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do município.

Como forma de auxiliar a comunidade, os alunos do
curso Técnico em Farmácia do Senac Franca desenvolveram um kit composto
por três produtos: repelente para o corpo, repelente para ambientes e difusor.

O projeto foi supervisionado pelas docentes Jeane
Cristina Costa de Moraes e Renata Engler Lemos Barcellos. Os alunos buscaram as
informações em bases de dados específicas e descobriram que algumas substâncias
derivadas de plantas poderiam ser utilizadas como repelente para o mosquito.
“Entre os produtos pesquisados, selecionaram a citronela e o manjericão para
formular o kit, utilizaram também o álcool como solvente e ainda óleo de
amêndoas como hidratante para o corpo”, explica Renata.

Os alunos concluíram que a solução é uma
alternativa complementar para repelir o mosquito, mas não pode ser utilizada
como substituta isolada das substâncias repelentes já testadas cientificamente.

Segundo ela, a proposta teve como referência
pesquisas em base de dados e artigos científicos, que registravam a comprovação
da eficiência e eficácia do óleo essencial de manjericão e da citronela para o
uso contra o mosquito da dengue e para eliminação das larvas.

Jeane explica também que em relação à comprovação
da eficácia do produto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
exige o cumprimento de algumas regras, mas no contexto da sala de aula não
sentiram que seria o caso: “Os testes práticos foram realizados nas casas dos
alunos, mas as referências foram as teóricas e científicas, de acordo com o
método de pesquisa nas bases de dados. O kit foi testado pelos alunos em casa e
houve a percepção de que a quantidade de mosquitos diminuiu no local.”

O trabalho foi desenvolvido pelos alunos durante as
aulas, sempre priorizando que o combate à doença deve ser uma união de forças,
com conscientização por parte da comunidade e do poder público em relação às
medidas adotadas para prevenção.

Para Jeane, algumas ações já conhecidas são capazes
de diminuir as chances de se contrair a doença, como manter as calhas limpas,
higienizar com frequência os potes de água dos animais domésticos, aplicação de
telas nos ralos e manter as caixas d’água sempre tampadas. “Em conjunto com
essas ações, existe também a possibilidade de utilizar outras alternativas,
como o óleo de cravo e manjericão em locais onde a larva se desenvolve ou um
difusor de ambientes para que o mosquito fique longe das residências”,
esclarece.

A docente reforça que a dengue é uma doença séria
que pode causar a morte e, muitas vezes, o medo de ser picado pelo mosquito
pode induzir as pessoas a utilizarem métodos que nem sempre são eficazes. É
preciso cuidado para que alguns mitos em relação à prevenção não sejam
confundidos com alternativas complementares, que podem auxiliar na prevenção,
mas não como métodos isolados. “A adição de água sanitária na água, por
exemplo, ajuda a combater as larvas, e pode ser utilizada como medida
preventiva se aplicada nos locais corretamente.”

A população deve estar atenta também aos principais
sintomas da doença, como febre alta, dores musculares intensas, dor ao
movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas
vermelhas pelo corpo. Ainda de acordo com a docente, a automedicação deve ser
evitada e pacientes com suspeita devem procurar assistência médica, além de
ingerir muito líquido para evitar uma possível desidratação.


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