Ainda pagando primeira parcela, governo já fala em eliminar abono emergência

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de maio de 2020 às 21:45
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:44
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Ministro Paulo Guedes disse que proposta é “suavizar queda” e acabar com programa gradativamente

​​O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo vai “suavizar a queda” e eliminar gradativamente o auxílio emergencial de R$ 600. 

Até agora, está previsto o pagamento desse benefício por apenas três meses, sem interrupção gradual. O ministro fez as declarações em reunião fechada com representantes do setor de serviços.

“Vamos tornar mais robusto e focalizado os programas sociais. Vamos agora jogar mais R$ 600 aí. Agora, quando acabar esse prazo, em vez de tirar de uma vez só, vamos fazer um phase out (eliminação em fases)”.. 

“Não é que nós vamos prorrogar, porque não temos fôlego financeiro para fazer a gastança que está aí, mas vamos ter que suavizar a queda. Em vez de cair tudo de uma vez, nós vamos descer mais devagar um pouco”, disse Guedes .

Essa é a primeira vez que o titular do Ministério da Economia fala em pagar o auxílio emergencial por mais tempo que os três meses até agora previstos.

Na semana passada, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia , Carlos da Costa, disse que o auxílio poderia ter “vindo para ficar”. 

No dia seguinte, a pasta divulgou nota negando essa possibilidade.

Até agora, o governo prevê gastar R$ 124 bilhões com o programa. Há uma forte pressão, inclusive por integrantes do governo, para prorrogar o auxílio , como o jornal O Globo mostrou na semana passada.

O governo também avalia revisar, depois da pandemia , os programas de transferências de renda, sendo possível uma ampliação do Bolsa Família. 

Para isso, técnicos da equipe econômica estudam propor a revisão de benefícios considerados ineficientes, como o abono salarial e o seguro-defeso (pago a pescadores no período em que a pesca é proibida), como forma de compensação.


+ Economia