Ação de trilheiros/jipeiros causa problema ambiental na Serra da Canastra

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de outubro de 2019 às 16:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:57
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Número de motociclistas assusta os animais, causa erosão e abre clareiras em área de preservação permanente.

​O aumento do número de trilheiros e jipeiros na região da Serra da Canastra tem preocupado autoridades ligadas ao meio ambiente em São João Batista do Glória (MG). 

Para os fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), essa prática está descontrolada e tem causado sérios danos ambientais ao Parque Nacional.

O técnico ambiental e gerente de proteção Carlos Henrique Bernardes conta que a grande quantidade de veículos e seu trânsito continuado têm causado erosão dos solos e aberto clareiras em locais onde havia vegetação nativa.

O Secretário de Turismo de São João Batista do Glória, Leandro Costa Garrossino, afirma que o problema é tão grave que está comprometendo a prática de esportes de baixo impacto ambiental como corrida e mountain biking.

A quantidade de motos de trilhas no município está demais. Está atrapalhando a realização de eventos esportivos. Tem lugar em que a bicicleta passava e que agora, por causa das motos, não passa mais. 

“Então é uma questão super importante porque, da forma como ocorre, não poderemos mais ter os eventos esportivos de baixo impacto, como corrida e bicicleta, de tanta trilha de moto que está destruindo a serra”, diz Garrossino.

O secretário diz ainda que a Prefeitura Municipal já foi notificada pelo Ministério Público Federal sobre esse problema.

A Prefeitura faz um trabalho de conscientização junto à sociedade sobre o uso das trilhas e o comportamento das motos dentro da cidade. 

“Temos o cuidado de não apoiar nenhum evento que utilize veículo motor. Não estimulamos e nem divulgamos nada que tenha prática esportiva motorizada. Buscamos modalidades de menor impacto e que possibilitem apenas o contato entre o homem e o meio ambiente”, explica Garrossino.

A Polícia Militar também tem contribuído de forma indireta para conter o número de motociclistas na cidade. 

O sargento Leandro Marcos do Nascimento explica que como as motos de trilha não são autorizadas a transitar pela cidade, os motoristas podem ser autuados e as motocicletas apreendidas.

“Algumas operações estão sendo feitas para acabar com o trânsito desses veículos na cidade. Por lei, essas motos não podem circular porque não possuem placas, licenciamento e nem equipamento de segurança”, fala.

Ele também ressalta que, esse ano, foram apreendidas apenas quatro motos contra 100 no ano passado, o que mostra que a ação da polícia tem diminuído o número de veículos dentro do município.


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