A TAL DEMOCRACIA

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de abril de 2016 às 13:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:43
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Está complicado viver sob este clima de pesadelo. Sabe aquele pesadelo em que você tenta correr, mas não consegue? Passou da hora de acordar! Passou da hora de ver a vida se movendo, nem para a esquerda, nem para a direita, mas para frente! É hora de ver os interesses da nação e do povo brasileiro, tendo prioridade sobre os interesses pessoais de manutenção ou obtenção do poder. É hora de distribuir sonhos e meios de realizá-los e não cargos e benesses políticas! É hora de trabalhar, de plantar e de colher o que se plantou com a certeza de que nascerão bons frutos de boas árvores, mas tempestades para quem plantou ventos!

Claro que somos democratas e queremos a preservação do estado democrático de direito. Nosso problema é bem outro. Os representantes do povo brasileiro, democraticamente eleitos, carregando nas costas cento e oito milhões de votos, quando não são corruptos, são fracos e sem a menor condição de realizar um trabalho realmente consistente. Aprendemos isso na sessão do impeachment de domingo.

Já na segunda, quando Dilma fez seu pronunciamento e respondeu a algumas perguntas, seu semblante de preocupação era notório.

Mas sua preocupação não é com a galopante crise que já elevou a dívida pública a 70% do PIB e projeta para 2018 nada menos 90% do PIB. A preocupação de Dilma não é com mais de duzentos trabalhadores que estão perdendo seus empregos por hora no país! Isso mesmo: por hora! Dez milhões de desempregados! A desindustrialização, a inviabilização dos pequenos e médios negócios pela falta de assistência e crédito viável, a queda em todos os indicadores de todas as atividades, a falta de infraestrutura para acomodar mais de duzentos milhões de pessoas, nada disso preocupa Dilma. Seu pronunciamento deixou claro: Dilma está extremamente preocupada com…. Dilma! O poder, o cargo, o tal do “golpe”, tudo isso é muito mais relevante que a Saúde sucateada, a Segurança Pública precária, as escolas ocupadas, os Estados falindo e deixando de pagar funcionários públicos aposentados. A prioridade é política, é não largar o osso, cada vez mais carcomido. Ela não consegue pensar em outra coisa senão em si mesma e em seu cargo. Poder.

Mesmo que sobreviva ao julgamento no Senado, que governo consegue alguma coisa com 137 parlamentares em sua base de apoio? Mesmo que não acabe no Senado, o governo já acabou. Mas parece que Dilma vai fazer o Brasil agonizar e afundar ainda mais na crise por mais seis, sete, oito meses, pelo tempo em que se arrastar o processo de impeachment no Senado, que é democrático, constitucional e tem o rito referendado pelo Supremo Tribunal Federal.

A vontade o povo brasileiro é retomar seu caminho de esperança no futuro, onde com certeza não cabe Dilma Rousseff, Eduardo Cunha e todos os fantasmas que hoje assolam os nossos sonhos.

*Esta coluna é semanal e atualizada às segundas-feiras.


+ zero