A 100 dias da Eurocopa…

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de março de 2016 às 10:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:39
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Organização diz que aumentou investimento em segurança após atentados

​A segurança é “a principal preocupação” da organização da Eurocopa que a França receberá neste ano. É isso o que disse o presidente do comitê organizador, Jacques Lambert, a 100 dias do início do torneio.

Em uma entrevista coletiva para informar quanto aos preparativos, Lambert afirmou que a quantia destinada a medidas de seguranças teve um aumento em 15% depois dos atentados terroristas nos meses de janeiro e novembro de 2015 em Paris e seus arredores em que morreram 12 e 130 pessoas, respectivamente.

Uma média de 900 agentes se encarregarão de custodiar cada partida prevista na fase final da Eurocopa, que ocorrerá em dez cidades franceses de 10 de junho a 10 de julho, o que supõe um crescimento de em torno de 30% a respeito aos efetivos implantados normalmente em partidas do Campeonato Francês e da Uefa Champions League.

“A segurança é a preocupação essencial para os organizadores. (Mas) não é algo que me impeça de dormir; o nível de risco é o que é e há abordá-lo com sangue frio”, afirmou o dirigente.

Para ele, que que também esquematizou o Mundial de 1998, “o ocorrido em 2015 nos obrigou a replantarmos tudo o que tínhamos feito e a endurecer as condições.”

A organização será responsável pelas medidas de segurança dentro dos estádios e nos hotéis de concentração das seleções, enquanto que o Estado se encarregará de controlar o resto, no que Lambert batizou como uma “coprodução” entre a socidades organizadora e as autoridades públicas.

Em torno de todos os estádios haverá um duplo perímetro de segurança e, desde meados de maio, ao final da liga nacional, se impedirá o acesso a qualquer pessoas que não esteja prevista de uma credencial especial, que só se concede depois de uma verificação prévia por parte das forças de segurança.

Além disso, foram identificadas também as partidas consideradas “sensíveis”, que não serão mais do que cinco na primeira fase, indicou Lambert.

Até o momento, a organização gastou 204 milhões de euros de um pressuposto total estimado de 320 milhões, com um grupo que dispõe de 226 empregados e que se ampliará até 642 durante a realização do torneio, apoiados por cerca de 6,5 mil voluntários.

Está previsto que o impacto económico do evento alcance 1,2 bilhões de euros, enquanto que o Estado prevê a entrada de 178 milhões para as receitas fiscais, segundo os cálculos da organização.

Lambert recordou que já foram vendidos todos os bilhetes postos à disposição do público – 20 mil foram reservados para crianças em situação precária -, mas avisou de que a partir de 9 de março se colocará em funcionamento o site que permitirá a revenda oficial de entradas por parte dos compradores que não vão usá-las.

Dois terços das 12 milhões de petições por entradas – se venderam 2,5 milhões – chegaram do estrangeiro, algo que Lambert considerou uma surpresa, já que seus cálculos eram de que 60% das demandas iriam vir da França.

E o presidente da sociedade organizadora destacou dois exemplos: na Islândia, país que participará pela primeira vez de uma fase final da Eurocopa, 8% do total da publicação pediu entradas; enquanto que o país com um maior número total de demandas foi a Polônia.

“Não houve movimentos de pânico, nem de devolução de bilhetes depois dos atentados de 2015. A expectativa continua sendo muito alta”, declarou.

Lambert teve também um recado para o suspenso presidente da Uefa, o francês Michel Platini. “Michel, te esperamos e guardamos aqui seu lugar entre nós”, disse, antes de criticar a situação na qual o dirigente foi colocado.

Torcidas podem ser barradas

A Uefa ainda manifestou que cogita mudar as sedes ou até fechar os portões de determinados jogos, com receio de possíveis ataques terroristas.

Martin Kallen, membro da entidade e do Comitê Organizador da Eurocopa, discursou sobre as medidas de segurança que o governo pretende adotar e deixou claro que a fiscalização das forças policias deve começar bem longe dos estádios, como por exemplo, nos terminais de embarque e desembarque do Charles De Gaulle, aeroporto da capital francesa.

“Se você tem uma inspeção completa, não pode impedir as pessoas de entrarem nos estádios. É preciso ter material humano e tecnológico para a fiscalização em aeroportos, e ainda temos dez estádios”, declarou o porta-voz do torneio, atentando, ainda, para a segurança reforçada nas ‘fan zone’, áreas abertas em que o público pode acompanhar a partida nos telões.

“Atualmente não há sinais de qualquer ameaça externa ou questão alarmante, mas é possível que os jogos sejam adiados para mais tarde devido às razões de segurança ou terrorismo. Se houver algum problema de segurança, teríamos que realizar os jogos sem a presença da torcida”, disse, atendo-se mais à questão logística.

Em estado de emergência desde 11 de novembro, quando ataques terroristas em Paris paralisaram o amistoso entre França e Alemanha, no Stade France, e deixaram mais de 130 mortos ao destruírem uma boate e um restaurante, o país segue sob alerta para qualquer movimentação do Estado Islâmico – que assumiu a autoria do atentado.

FONTE: ESPN BRASIL

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.


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